Autor: Diego Estigarribia

 

 

 

Com a ascensão dos veículos elétricos, ainda temos um dilema um tanto obscuro.

Com o passar das décadas, o ser humano deve considerar, aliás que já está em debate, ser mais verde, sustentável, etc … O importante é que temos várias alternativas, agora, o importante é saber qual delas eles são os mais corretos e a origem de tudo, como nasce e quem dá como energia ao mundo do consumo.

alguns dados..

Em 2012, em países como o Reino Unido, a geração de eletricidade a partir do carvão aumentou 40%, devido ao aumento dos preços do gás também utilizado para a geração de energia.

A eletricidade a partir do carvão, que é a forma mais poluente de produzir energia, reduz drasticamente as vantagens dos carros elétricos. Por exemplo, como a China gera quase toda sua energia com carvão, a análise dos carros elétricos do gigante asiático mostrou que eles eram muito mais poluentes do que os carros a gasolina.

No entanto, em países como a Noruega, onde grande parte da energia é produzida por usinas hidrelétricas, os carros elétricos tiveram menos impacto ambiental do que os normais.

“Para a geração média de eletricidade na Europa, se você usar um carro por 150.000 km, pode-se esperar uma melhoria de 25% (no impacto global) em comparação com um veículo a gasolina”

Esses resultados adicionam outro dilema a todos os consumidores que avaliam se devem ou não mudar para carros elétricos.

Além das dúvidas sobre como dirigir ou se você conseguirá chegar ao seu destino sem ter que trocar a bateria, os benefícios ambientais nem sempre são totalmente claros.

Agora, a ascensão do lítio como baterias em veículos reciclando essas baterias “não é inofensiva” para o planeta, a reciclagem custa muito, menos apenas 50 ‘60% só pode ser reciclada e novamente para desmontar baterias de lítio. Requer muitos agentes altamente poluentes que , ainda por cima, gere muito Co2.

Como organização planetária vemos com muito “olho” a suposta energia verde que queremos vender, de qualquer forma devemos ir devagar e ver como ela vai ditar seu impacto no meio ambiente, sua origem e seu reaproveitamento, em a fim de minimizar o impacto e assim ajudar o ser humano a gerar o seu desenvolvimento.

 

A primeira ação de limpeza de praias “Menos é Mais” ocorreu no sábado (11) na praia do Recreio, no Rio de Janeiro (RJ), durante o primeiro Curta Praia de 2020, iniciativa que promove ações de esporte e qualidade de vida.

 

A ação é uma parceria entre Rede Globo e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), SOS Mata Atlântica, Greenpeace e Conservação Internacional.

A primeira ação de limpeza de praias “Menos é Mais” ocorreu no sábado (11), na praia do Recreio, no Rio de Janeiro (RJ), durante o primeiro Curta Praia de 2020, iniciativa que promove ações de esporte e qualidade de vida.

 

A coleta de lixo das areias teve a participação dos atores Vladimir Brichta, Démick Lopes, Ísis Pessino e Ana Flávia Cavalcanti, do narrador Luiz Prota e do ex-jogador e comentarista do SporTV Grafite.

 

A ação é uma parceria entre Rede Globo e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), SOS Mata Atlântica, Greenpeace e Conservação Internacional.

 

Em três horas de trabalho, foram coletados 70 quilos de materiais recicláveis e lixo, incluindo garrafas pet, bitucas de cigarro, copos descartáveis e embalagens de papelão. Todo material foi destinado ao descarte correto com o apoio da cooperativa Ecco Ponto Brasil Sustentável.

 

Uma escultura em formato de peixe, assinada pelo artista plástico Davi Rezende, foi exposta na praia durante todo o dia, recebendo doações de tampinhas de plástico. O material foi destinado ao projeto Rodando com Tampinhas, onde será convertido em cadeiras de rodas para doação.

 

O ator Vladimir Brichta disse ter ficado impressionado com o engajamento das pessoas presentes. “Foi muito bonito, as pessoas ficam engajadas, pedindo para participar. Nós ficamos impressionados em ver como o coletivo é forte.”

 

Démick Lopes destacou a importância da educação e da conscientização sobre o descarte correto do lixo e de materiais recicláveis. “Em um curto espaço de tempo, a gente recolheu muito lixo. Há várias ações que a gente pode fazer nesse sentido, educando nossos filhos, nossa família a ter cuidado com o lixo, para onde ele vai para ele não vir parar na praia, para o meio ambiente”, reforçou o ator.

 

Participando desse tipo de ação pela primeira vez, Ana Flávia Cavalcanti afirmou ter ficado surpresa com a quantidade de resíduos na areia. “Fiquei muito impactada. Nunca tinha vindo à praia para recolher lixo. A gente ficou um tempinho e recolheu muita coisa.”

 

A atriz lembrou que cuidar do meio ambiente é cuidar do espaço em que vivemos. “Do ponto de vista do planeta não tem fora. A gente vive todo mundo aqui e quando a gente fala ‘vou jogar fora’, não vai jogar fora, porque a gente está aqui dentro do planeta”, frisou Ana Flávia.

 

Como bem lembrou a atriz Ísis Pessino, é importante que cada um faça a sua parte. “Eu acho que está todo mundo mais ligado no meio ambiente, prestando mais atenção na nossa responsabilidade diante disso. Os lixos que estão aqui a gente que trouxe, a gente é responsável por esse lixo”, destacou.

 

Também presente na ação, o ex-jogador Grafite ficou impressionado com a atividade. “Foi uma experiência única e esclarecedora. Não tinha noção, quando ia à praia curtir, da quantidade de detritos na areia. Nesta experiência, vi que temos realmente que mudar nossas ações”, ressaltou.

 

A ação, que reuniu cerca de 200 pessoas, serviu como um alerta para despertar a conscientização sobre a importância de cuidar das praias, fazendo o recolhimento e o descarte correto do lixo que geramos. Atualmente, 720 milhões de copos plásticos são descartados por dia no Brasil. Segundo dados das Nações Unidas, se nada mudar, até 2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos.

 

 

source by:onu/brasil

Já foram registradas 132 localidades contaminadas por petróleo cru, porém a procedência do material ainda não foi identificada

 

 

Desde o início de setembro, manchas de petróleo têm aparecido em praias dos nove estados do Nordeste brasileiro. Até a data de hoje (7), já foram registradas 132 localidades poluídas em 61

municípios. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama),  a mesma substância está poluindo a costa brasileira.

Para investigar a procedência do petróleo cru – sem qualquer tipo de processamento – que está se espalhando pela costa brasileira, além do Ibama, estão atuando o Ministério do Meio Ambiente, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (DF), a Marinha e a Petrobrás – que recentemente apontou não ser responsável pelo material encontrado. Há a suspeita de que o material tenha sido despejado por navios petroleiros após a limpeza de tanques.

Segundo uma declaração do secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, os responsáveis pelo problema podem pagar uma multa que vai de R$ 5 milhões a R$ 50 milhões pelo crime ambiental.

O petróleo cru é uma mistura de hidrocarbonetos, que apresenta concentrações variadas de enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais. 

 

O material tóxico é extremamente perigoso tanto quanto para a vida marinha como para os seres humanos. Além de evitar o contato direto com as manchas nas praias, também é recomendado não consumir peixes e outros frutos do mar produzidos nas regiões em que foram encontradas manchas.

Enquanto não for contido, o caso impossibilita a pesca e atividades marítimas nas localidades, impactando não só o meio ambiente como a economia do nordeste brasileiro que, com a chegada da primavera, encontra-se no início da alta temporada e costuma receber grande quantidade de turistas.

“Mais uma vez estamos assistindo uma contaminação imensurável. A indústria dos combustíveis fósseis ainda não entendeu que o planeta já está esgotado e não podemos mais contar com esses impactos. Fala-se tanto em desenvolvimento, mas apenas vemos um investimento em práticas que trazem ainda mais problemas ao meio ambiente e à economia local”, declara o diretor associado de campanhas da 350.org Brasil, Juliano Bueno de Araújo.

Bueno também destaca que o caso é importante para lembrarmos o que a indústria fóssil é capaz de fazer com o Parque Nacional dos Abrolhos, localizado na Bahia, que poderá ser afetado por contaminações caso os blocos das bacias de Camamu-Almada e Jacuípe sejam leiloados para exploração na 16ª Rodada de Licitação de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, que será realizada na quarta-feira (10).

 

 

 

source by: 350.org

Após quase seis anos de campanhas de mobilização com o apoio de cooperativas, autoridades, ONGs e sociedade, o estado está livre do gás da morte

A partir de agora, é possível dizer que o Paraná está à favor do clima, da água e da vida. Nesta quarta-feira (10), foi publicada no Diário Oficial do Paraná a sanção do governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) da Lei nº 19.878, que proíbe totalmente a exploração do gás de xisto pelo método de fracking, ou fraturamento hidráulico, em todo território paranaense. Assinado pelos parlamentares Evandro Araújo (PSC), Goura (PDT), Márcio Pacheco (PDT) e pela deputada Cristina Silvestri (PPS), o projeto de lei nº 65/2019 foi aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no mês passado.

Dessa forma, o Paraná se torna o primeiro estado de todo o Brasil a banir a prática. “Após quase seis anos de uma campanha de mobilização, pesquisas científicas e trabalhos com legisladores e especialistas realizadas pela Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS), juntamente com o Instituto Internacional Arayara e a 350.org Brasil, contamos com essa excelente conquista”, celebra o diretor associado de Campanhas e Mobilizações da 350.org América Latina e diretor fundador da COESUS, Juliano Bueno de Araújo. “Nosso trabalho no estado do Paraná foi árduo e, graças ao apoio de cooperativas, autoridades, ONGs e sociedade, hoje os mais de 11 milhões de paranaenses podem respirar aliviados sabendo que o gás da morte ficará longe de suas terras. A sanção da lei traz o Paraná como pioneiro na história do Brasil, protegendo nossas águas, nossa saúde, agricultura e economia. Escolhemos ficar com a vida e agora seguimos como exemplo a outros estados para que também digam não ao fracking!”.

Nosso trabalho no estado do Paraná foi árduo e, graças ao apoio de cooperativas, autoridades, ONGs e sociedade, hoje os mais de 11 milhões de paranaenses podem respirar aliviados sabendo que o gás da morte ficará longe de suas terras – Juliano Bueno de Araújo, diretor fundador da Coesus

O autor do projeto, deputado Evandro Araújo, ressalta o vanguardismo do estado – que sai em frente na relação à proteção de sua água, ar e solo fértil. “Durante todo o processo de apresentação do projeto de lei, mostramos que o fracking não atende à vocação do Estado e que seu uso poderia trazer um dano irreparável ao meio ambiente e à produção agrícola, pois onde foi feito no mundo, deu errado”, explica o deputado Araújo. O co-autor deputado Márcio Pacheco também destaca a importância da proibição para a proteção ambiental e da agricultura que, para ele, é a grande fonte de riqueza do estado.

Já para Goura, outro autor do projeto, o Paraná está cada vez mais ganhando destaque na política ambiental ao restringir uma atividade de extração de energia altamente poluente. “Acredito que, a partir daqui, poderemos ter uma postura mais propositiva em outras temáticas ambientais para o estado”, complementa. Por fim, a deputada Cristina Silvestri comemora a sanção da lei, considerando um grande avanço para o Paraná. “O estado mais uma vez está na vanguarda pela defesa de questões ambientais muito importantes não só para nós ou para o Brasil, mas sim para o planeta”.

Histórico da lei no Paraná

A Lei nº 19.878 prevê a revogação da Lei Estadual nº 18.947, sancionada em dezembro de 2016, que tratava apenas da suspensão temporária da exploração do gás de xisto por um período de dez anos. Esta lei é procedente do projeto de lei nº 873/2015, também assinado pelo deputado Márcio Pacheco e pela deputada Cristina Silvestri, além do deputado estadual licenciado e hoje secretário-chefe da Casa Civil, Guto Silva (PSD); pelo ex-deputado estadual e atualmente deputado federal, Schiavinato (PP); e pelos ex-deputados Rasca Rodrigues e Fernando Scanavaca.

Durante todo o processo de apresentação do projeto de lei, mostramos que o fracking não atende à vocação do Estado e que seu uso poderia trazer um dano irreparável ao meio ambiente e à produção agrícola, pois onde foi feito no mundo, deu errado – Deputado Evandro Araújo

À época, o projeto de exploração pelo método não-convencional foi impedido com base no princípio de precaução para “não concordar com a pesquisa sobre uma atividade que, sabidamente, é portadora de alto potencial de poluição de nosso ar, solo e água, podendo futuramente colocar em risco o sucesso da atividade agropecuária, a mais importante para a economia do estado e para a saúde do seu povo”.

Fracking explicado

O fracking, ou fraturamento hidráulico, é uma tecnologia utilizada para a extração do gás do folhelho pirobetuminoso de xisto – consistindo na perfuração profunda do solo para inserir uma tubulação por onde é injetada, sob alta pressão, entre 7 a 30 milhões de litros de água, areia e mais de 700 produtos químicos tóxicos e com potencial cancerígeno – podendo até ser radioativos – para fraturar a rocha e liberar então o gás de xisto.

Em contrapartida de diversos países ao redor do mundo, que vêm promovendo o desinvestimento em combustíveis de origem fóssil e priorizando projetos em energias renováveis, desde 2013 o governo brasileiro insiste em explorar comercialmente o gás por meio de operações de fracking. Para evitar que isso aconteça, ao longo da história da Campanha Não Fracking Brasil, idealizada pela Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS), as equipes de trabalho  – que envolvem ambientalistas, cientistas, geólogos, hidrólogos, engenheiros e biólogos –, vêm conscientizando a população acerca das principais adversidades da técnica.

Entre os riscos que o fracking pode causar, temos a contaminação da água potável não só na superfície quanto nas fontes subterrâneas, a esterilização do solo, tornando-o infértil para a agricultura, contaminando produções e inviabilizando a pecuária e o turismo – fatores que afetam drasticamente a geração de emprego e renda; graves e irreversíveis danos à saúde, como problemas respiratórios, cardíacos, neurológicos, vários tipos de câncer, má formação congênita, esterilidade em mulheres, aumento da mortalidade infantil e perinatal, nascidos de baixo peso e partos prematuros; além de intensificar as mudanças climáticas.

 

source by:naofrackingbrasil.com.br

As comunidades da região a mazônica do Brasil enfrentam desafios devido às atividades industriais agressivas, hoje incentivadas pelo novo Governo de Bolsonaro. Esta série apresenta cinco jovens líderes que defendem a floresta. Neste capítulo: Ednei, representante de 45 aldeias de 13 povos indígenas

Um velho motor de barco (um Yanmar diesel de dois cilindros feito no Brasil) instalado em um chassi de caminhão, algumas chapas de aço, colocadas como uma cabine e uma caixa traseira sólida de madeira boa, compõem um veículo de aparência precária, mas poderoso em toda a sua simplicidade.

Utilizando-a há pouco mais de um ano, as 3 aldeias indígenas Borarí e Arapiun da Terra Indígena Maró (TI Maró) podem cobrir todo o perímetro de seu território em poucos dias. Isso é algo que a pé, como foi feito desde o início, leva muito mais tempo, cerca de duas longas semanas

Um velho motor de barco (um Yanmar diesel de dois cilindros feito no Brasil) instalado em um chassi de caminhão, algumas chapas de aço, colocadas como uma cabine e uma caixa traseira sólida de madeira boa, compõem um veículo de aparência precária, mas poderoso em toda a sua simplicidade.

Utilizando-a há pouco mais de um ano, as 3 aldeias indígenas Borarí e Arapiun da Terra Indígena Maró (TI Maró) podem cobrir todo o perímetro de seu território em poucos dias. Isso é algo que a pé, como foi feito desde o início, leva muito mais tempo, cerca de duas longas semanas.

O grupo indígena Borarí chegou a esse território remoto, povoado há séculos pelos Arapiun, há relativamente pouco tempo. Eles fugiram da pobreza de Alter do Chão, terra predominantemente Borarí, a cerca de 30 quilômetros a oeste de Santarém, hoje a capital do Baixo Tapajós, no Pará. Eles subiram todo o rio Arapiuns até a sua nascente, e de lá eles entraram no pequeno rio Maró, que é o que dá nome ao território.

O grupo é modesto, composto por cerca de 300 pessoas espalhadas pelas três aldeias: Novo Lugar, Cachoeira do Maró e São José III. Mas o território é relativamente grande: abrange cerca de 42.000 hectares de floresta primária, isto é, floresta amazônica intacta, que nunca foi derrubada

Paraum observador inexperiente, a floresta inteira parece igual, mas há uma diferença fundamental entre essa floresta virgem e aquela que já foi explorada. Em uma primeira fase de exploração madeireira, são derrubadas as árvores que contêm as madeiras tropicais mais valiosas, que são cotadas nos mercados internacionais

Uma segunda fase consiste em explorar a madeira restante, e uma terceira e última, na eliminação total da vegetação, geralmente para fins de agricultura industrial ou pecuária extensiva. Embora ao longo do tempo a floresta possa recuperar o espaço destruído, a biodiversidade original é extinta para sempre.

No Brasil, o avanço devastador do desmatamento ilegal parece irrefreável. Mas comunidades como as do Maró são aquelas que ainda oferecem resistência, e sua presença tem sido uma garantia de conservação, mesmo com dificuldades e mobilizações diante da agressão. Mas a chegada de Bolsonaro ao poder em janeiro deste ano já está mudando as coisas muito rapidamente.

Diante dessa nova realidade, eles precisam se preparar para enfrentar uma ameaça ainda maior: aqueles que se sentem protegidos pelas palavras agressivas do presidente contra os indígenas e contra a Amazônia. Muitos de seus seguidores acreditam que podem finalmente fazer o que querem, levando à letra o fato de Bolsonaro considerar os índios um “obstáculo à agroindústria e ao desenvolvimento”.

Bolsonaro foi eleito com um discurso racista, atacando minorias, negros e indígenas, dizendo que eles devem ser “integrados” a um uniforme distópico e ao Brasil “produtivo” que ele imagina. Essa ideia de preservar territórios indígenas, derivar suas terras e respeitar seus direitos, acabou, apesar de estarem incluídos na constituição brasileira de 1988.

No pacote, Bolsonaro também inclui ambientalistas e ativistas dos direitos humanos e dos direitos civis. Em seu famoso discurso eleitoral gravado em um pretenso vídeo caseiro, do quintal da sua casa, ele deixou claro suas intenções: “ou eles vão embora ou vão para a cadeia”.

Até que ponto algumas pessoas se sentem protegidas pelo discurso de Bolsonaro e agem por conta própria, pudemos presenciar durante nossa viagem ao interior do território indígena Maró. Pilotado por Dadá Borarí, o segundo-cacique depois do seu tio-avô, que é o primeiro-cacique do território, o veículo improvisado nos levou pela estrada que marca o perímetro do território indígena, rota cheia de obstáculos e perigos que, no entanto, os vigilantes enfrentam com entusiasmo e determinação.

Há alguns anos, desde que as incursões dos madeireiros se tornaram mais agressivas, e seguindo uma recomendação da FUNAI, um grupo de homens eleitos pelas aldeias viraram vigilantes do território e percorrem seu perímetro regularmente, em jornadas que geralmente duram cerca de dez dias.

Esses homens experientes, que conhecem a floresta desde pequenos, centímetro a centímetro, incluem há pouco tempo Ednei, um jovem Arapiun de Cachoeira do Maró, a aldeia vizinha de Novo Lugar, que também foi recentemente eleito como coordenador do Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns (CITA), representante legítimo de 45 aldeias de 13 povos indígenas diferentes, pertencentes aos povos indígenas do Baixo Tapajós, Rio Arapiuns, Rio Maró e Planalto Santareno.

Ednei, com apenas vinte anos, é uma pessoa de poucas palavras, mas mostra grande determinação. Ele entende bem o papel atribuído a ele e está disposto a continuar com toda a coragem de sua juventude.

A incorporação de jovens ao grupo de vigilantes é fundamental para a continuidade de sua missão ao longo do tempo. É essencial que eles adquiram o conhecimento e experiência necessários para a defesa de um território submetido à pressão de um ambiente hostil e ganancioso, que busca extrair suas muitas riquezas.

A pressão, acima de tudo, vem das madeireiras que operam na região e de alguns caçadores furtivos que vêm para roubar madeira ou caçar a rica diversidade de animais que fazem parte da subsistência das aldeias. Estes últimos são, muitas vezes, moradores de terras vizinhas que venderam suas florestas e que agora, empobrecidos, não têm outra opção a não ser tentar obter alimentos na Terra Indígena Maró, ainda intacta.

As rodovias de vigilância são longas e as condições na floresta difíceis, mas as crenças desses nativos fornecem a sabedoria e a coragem para garantir o sucesso de suas expedições. A Terra Indígena Maró, conta Dada, além de sustentar, abriga lugares sagrados, igarapés que alimentam o rio Maró, ervas e plantas medicinais e, acima de tudo, vive a Curupira.

Por essas terras, a entidade protetora das matas adquire um sentido muito mais profundo, e enigmático. Como entidade sagrada, a Curupira tem poderes mágicos que determinam o que acontece àqueles que entram na floresta. A missão que se propuseram esses indígenas é a de respeitar e proteger a terra, e, dessa forma, respeitar e proteger a si mesmos.

Aprender a defender o território é um dos desafios importantes do jovem Ednei, que também cursa o primeiro ano de Ciências Atmosféricas na Universidade de Santarém, a metrópole que fica a meio dia de barco da aldeia.

Comandado por Dada, junto com Ednei e o grupo de vigilantes da TI Maró, entramos na mata para uma viagem de reconhecimento. No caminho, eles mostram restos de madeira roubada, 26 grandes e valiosos troncos já enumerados que uma madeireira não pôde terminar de remover: é um triste cemitério de árvores derrubadas antes que o território conseguisse avançar na demarcação como terra indígena e ser protegido por lei.

Essa madeira abandonada, que lentamente se decompõe para servir como nutriente para a mesma terra em que cresceu, é o trágico testemunho de uma depredação real e muito próxima. A passagem de um caminhão de grande tonelagem transportando troncos majestosos pela faixa fronteiriça com o território, que provavelmente leva o seu tesouro abatido aos mercados internacionais, nos recorda que a ameaça não é virtual.

Os povos indígenas do Maró têm grande interesse em denunciar um descampado onde uma antiga madeireira abandonou máquinas sem uso e outros detritos de sua atividade predatória no território. Mas para eles significa uma ferida, um traço execrável que eles exigem apagar, e parece que a sua concepção sagrada da floresta dá ao depósito o caráter de uma profanação.

O conflito adquire uma dimensão explícita quando a disputa territorial se materializa na propriedade imobiliária. É o caso de uma casa que pertenceu a um madeireiro, mas como o território começou a ser demarcado e a construção foi incluída no território indígena, ela por lei passou a pertencer aos indígenas do Maró.

Mas o antigo proprietário insistiu em mostrar seu poder contratando caseiros para habitar a casa e confrontar os índios, que desejam dar a essa propriedade um uso comunitário.

Desde que o processo de demarcação foi retomado, em 2016, a casa permaneceu desabitada. Mas, recentemente, pichações ameaçadoras começaram a aparecer em uma parede lateral: “Índio ladrão”, lia uma, “vá para o inferno”. “Bonsonaro”, dizia outro, com erro de ortografia incluído. O apelo a Bolsonaro já significava uma premonição de algo pior, um mau presságio.

Mas a surpresa desta vez foi que, quando chegamos, encontramos a casa fechada, vigiada por dois cães. Quando o grupo conseguiu abrir a porta trancada e finalmente entrar na casa, encontrou comida fresca e sinais óbvios de que a casa estava novamente invadida. O suposto dono havia retornado à sua política de confronto.

Ajudados por uma equipe de jovens ativistas indígenas que acompanharam a expedição, e liderados por Ednei, também membro desse grupo, eles decidiram pintar em dois cartazes uma mensagem muito clara. “Aqui é terra indígena”, disse o primeiro. “MARÓ”, em maiúsculas, o segundo.

Eles dedicaram tempo para pintar os cartazes. Decoraram com grafismos indígenas, mostrando sua disposição em reafirmar a posse do território e tudo o que ele contém. E fazê-lo com dignidade e orgulho. Ednei se esmerou pessoalmente até o último detalhe, cuidando da combinação de vermelho e azul nas bordas geométricas, um sinal de identidade indígena.

No exato momento em que posaram para a foto, mostrando com satisfação e orgulho as duas faixas coloridas antes de finalmente pendurá-las, uma índia de aparência muito humilde apareceu na estrada, carregando na cabeça um macaco e acompanhada de um porquinho, que parecia ter escapado da fazenda de George Orwell.

Depois de um momento de perplexidade geral, Dada se dirigiu a ela, com uma mistura de autoridade e solenidade que explica o seu status de cacique. Dada explicou que a ação de protesto não era contra ela, mas contra quem a enviou para ocupar a casa.

Pediu que ela notificasse os encarregados, que ele queria falar com o madeireiro, e que o encontraria na sexta-feira seguinte para lhe dizer pessoalmente que não tem direito a essa propriedade que está construída em terra Maró e que não pretende ceder aos atos de intimidação. Após a conversa, a jovem pôde entrar novamente, acompanhada pelo macaco e pelo porquinho.

Eles então colocaram as faixas na frente da casa. Ao dar a última martelada no último prego que os afixava, Dada demonstrou a ferocidade e a determinação de quem sabe que enfrenta uma ameaça real, agora protegida por aquele Bonsonaro que o madeireiro evoca como garantia de impunidade.

Essa comunidade de não mais de trezentos indígenas, que defende seu território contra o poder potencialmente avassalador de qualquer indústria madeireira ou extrativa que seja suficientemente fortalecida pelo bolsonarismo que congelou os processos de demarcação, representa a enorme vulnerabilidade desses pedaços de floresta virgem.

Já de volta ao acampamento onde passamos a noite anterior, Ednei permanece de pé na caixa do veículo, segurando sob intensa chuva tropical sua carabina de caça, incorporando uma nova geração de afirmação e resistência. Pertence a uma geração que, tendo assumido orgulhosamente os valores de seus pais e avós, está preparada para enfrentar os desafios de um futuro ameaçado por todos os lados.

Herdeiros de uma luta de gerações, aprendem a defender esses pequenos territórios da enorme e devastadora destruição da mata. E eles sabem que sua luta também contribui para a defesa de uma causa mais global, a defesa do pulmão e da biodiversidade do planeta, a luta contra a mudança climática, embora Trump, Bolsonaro e muitos outros agora neguem que o fenômeno realmente exista.

Essa nova geração, já educada em autoafirmação, começa a usar as ferramentas do ativismo para lutar por seus direitos, com a eficiência necessária para resistir ao desafio que está por vir.

Desafiando a noite na mata virgem, sob um céu brilhante de estrelas que não conhecem a poluição luminosa, o veículo nos leva de volta à vila, onde chegamos bem a tempo de embarcar em uma barcaça velha que nos levará de volta.

Ednei e seu povo conhecem, junto com tantas outras comunidades indígenas brasileiras sobreviventes de genocídios devastadores, que o simples fato de existir é resistir.

De gente como eles, dependem muitas coisas, para que nós façamos vista grossa.

source by:elpais.com.br

 

 

 

 

                 Por 243 votos a 19, a Câmara dos Deputados aprovou hoje um projeto de lei que, com 35 emendas, liberou o desmatamento de 5 milhões de hectares no país. A flexibilização, no entanto, pode atrasar o reflorestamento de outros 4 milhões de hectares. A soma das regiões desmatadas equivale ao território de Portugal.
Trata-se da Medida Provisória 867, editada no final do governo Michel Temer (MDB), que propunha estender até 31 de dezembro de 2020 a adesão de produtores rurais ao Código Florestal.
Veja também…
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O texto, no entanto, passou pela Comissão Especial Mista no começo deste ano e foi transformado no Projeto de Lei de Conversão nº 9/2019. Na ocasião, deputados e senadores incluíram 35 emendas ao texto original –seis páginas que, para ambientalistas, “desfigura o Código Florestal”.
A votação começou na noite ontem com a tentativa da oposição de impedir que o projeto fosse votado, já que ele caducaria se não fosse apreciado até o dia 3 de junho. A obstrução não resistiu, e a votação do projeto foi garantida para hoje. A discussão durou o dia todo até que, por volta das 17h, o texto principal foi aprovado pela maioria.
O Plenário, então, entrou em debate sobre destaque do PSB que pretendia excluir do texto o dispositivo que aumentava a área que pode deixar de ser recomposta a título de reserva legal. Os governistas voltaram a ganhar: 252 votos a 79. O texto agora será apreciado pelo Senado.
A oposição argumentou em plenário que a aprovação do texto comprometeria o Código Florestal em benefício de poucos e grandes produtores rurais. Estudo do Comitê Técnico do Observatório do Código Florestal, organização civil formada por 28 instituições, indica que os 9 milhões de hectares comprometidos pelas emendas estão distribuídos em 147.906 imóveis.
“É uma concentração de terra muito grande”, diz a advogada e secretária-executiva do Observatório, Roberta del Giudie. “É um absurdo fazer uma alteração que afeta a imagem de todo o setor para favorecer 147 mil imóveis no Brasil inteiro.”
9 milhões de hectares
Para chegar aos 9 milhões de hectares, o Comitê Técnico do Observatório do Código Florestal avaliou a situação das reservas legais no Brasil. O grupo cruzou dados de vegetação nativa fotografada por satélite com a malha fundiária brasileira. Ao todo, foram analisados 3,5 milhões de imóveis e uma área de 364,1 milhões de hectares.
Os especialistas encontraram irregularidade em 147.906 imóveis, com ausência de vegetação nativa de 9.044.122 hectares. Esse déficit está concentrado no Centro-Oeste (em 3,8 milhões de hectares), seguido por Norte (1,7 milhão) e Sudeste (1,6 milhão). Entre os estados, o desmatamento é maior em Mato Grosso, Pará e São Paulo, principalmente em fronteira agricola.
Como o projeto assegurou o desmatamento?
A emenda mais importante mudou o artigo 68 do código, assegurando o desmate de 5 milhões de hectares. O artigo dizia que a reserva legal de cada propriedade agrícola deveria respeitar a legislação em vigor na época em que o imóvel rural foi criado.
“Se você desmatou uma fazenda em 1970, vale os limites estabelecidos pela lei daquela época, não o Novo Código Florestal”, explica o professor da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) Gerd Sparovek, um dos responsáveis pelo mapeamento para o Observatório.
Responsável pela mudança no texto original, Sergio Souza (MDB-PR), diz que o código não fala qual é a lei da época para cada um dos biomas. “O legislador, naquele momento, entendeu que estava muito claro qual era a lei vigente à época: é o código de 1965 para a Mata Atlântica, é a lei de 1989 para o Cerrado, e é o de 2000 para a Amazônia.”
“Eles querem fazer um revisionismo”, diz Roberta del Giudie. A advogada diz que o código de 1965 já protegia todo o tipo de vegetação. “O texto dizia que o termo ‘florestal’ não significa apenas florestas densas”, diz. “Já temos jurisprudência sobre o assunto. Antes da aprovação do Novo Código, o então ministro do STJ Luiz Fux reconheceu que o cerrado era protegido em 1965.
” É uma análise muito rasa e conveniente para eles. A divisão de biomas com seus nomes só surgiu em 1989, mas o cerrado já era reconhecido como parte das nossas florestas
(Roberta del Giudie, do Observatório do Código Florestal)
“Com essa mudança, todo o desmatamento no cerrado entre 1965 e 1989, equivalente a 5 milhões de hectares, estará perdoado. Não precisará ser restaurado”, diz Gerd, da USP. “Mas, se protegido a partir de 1965, a redução de proteção cai para até 1,5 milhão de hectares.”
4 milhões de hectares sob risco
Enquanto a emenda ao artigo 68 livra os agricultores de recuperar a vegetação de suas propriedades, outras emendas permitem que 4 milhões de hectares corram o risco de ter o mesmo destino.
André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) explica que algumas emendas adiam o prazo para o proprietário rural aderir ao código. “Esse prazo já foi mudado quatro vezes, criando incerteza jurídica para o próprio agronegócio. O código fragilizado dificulta nossa inserção no mercado internacional.”
Roberta explica que as alterações não definem um prazo para o início da adequação.
O produtor só será obrigado a restaurar o bioma depois de uma notificação do poder público. Se daqui 20 anos um ente federativo identificar e decidir notificar, o produtor ainda terá um ano para se adequar. Com estados falidos e órgãos ambientais sucateados, você acha que essas notificações vão acontecer?
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No início de 2000, nas profundezas da selva amazônica, o massacre começou, até os filhotes de golfinhos não foram poupados, nem as fêmeas gestantes que tiveram seus filhotes cortados do ventre penduraram como um pedaço de carne morta em uma loja de açougueiros.

Sem hesitação ou até mesmo um pingo de remorso, esses monstros bárbaros retratados aqui cortaram o bebê do útero da mãe, jogando-o para o lado. O Brasil, desde então, estabeleceu uma proibição de caça, no entanto os caçadores furtivos não estão parando e já no Peru, os Boto’s são misericordiosamente abatidos apenas por isca.

Pink River Dolphins ou o Amazon River Dolphin, como é comumente conhecido cientificamente identificado como Inia geoffrensis, não são caçados para comer, oh não, não.

Como muitos pescadores no oeste pegam peixes menores para capturar as espécies maiores. Os golfinhos-do-rio são capturados simplesmente por essa razão de serem massacrados em pedaços de carne e então jogados de volta em caixotes para pegar espécies menores de peixes comumente conhecidos como piracatinga. festa em carne podre de animais mortos – neste caso, o Golfinho.

Você provavelmente já está acostumado com os locais conhecidos dos massacres de golfinhos japoneses – mas e os campos de matança dentro da Amazônia ?, Alguns conservacionistas parecem não se incomodar em imprimir isso, pois esses bastardos rasgam os corações e almas fora da vida aquática.

No início deste ano, cerca de dois mil golfinhos do rio Amazonas foram abatidos, como pode ser visto nas fotos abaixo. No entanto, os Grupos de Conservação da Europa e do Sul e da América do Norte estão tomando posição e, desde então, entregaram uma petição de 50.000 assinaturas em.

 

Embora pare de caçar no Brasil, vai parar a caça ilegal? Além disso, a caça ilegal no Peru, Equador, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiné Francesa também será interrompida.

Ninguém parou essas matanças, muitas pessoas fora da Amazônia estão completamente alheias ao fato de que essa atrocidade horripilante realmente existe. Agora você vai saber, não vai mais ficar com isso. A Fundação Internacional de Resgate de Animais do Brasil, além de muitos grupos menores de conservação, soube deste abate nos últimos anos.

Quando o governo federal impôs uma [proibição temporária] cinco anos atrás, tudo parecia quieto, infelizmente a proibição da caça foi suspensa com muitos mortos em agosto, é uma maravilha se a espécie realmente se recuperar dentro deste ano antes que a caça termine.

Desde o início de agosto, o Brasil impôs uma nova [proibição total], mas isso não explica os caçadores clandestinos e caçadores que agora estão descendo os rios da Amazônia.

Até o segundo semestre do ano [2014] mais de três e meio mil River Dolphins eram esperados para serem abatidos. O número pode até ser maior como em novembro. o que nos irritou ainda mais é isso – é completamente ILEGAL!

Sessenta por cento da floresta amazônica está no Brasil e, assim, o Brasil abriga mais golfinhos do rio Amazonas, comumente conhecidos como [Botos], do que qualquer outro país da América do Sul. Os botos vivem nos rios e lagos da Amazônia e entram na floresta alagada durante a alta temporada.

A Amazônia, e particularmente a floresta inundada, são habitats ameaçados. Desde a década de 1980, a taxa de desmatamento e exploração da floresta amazônica para mineração, extração de madeira, assentamento humano e pecuária aumentou significativamente. Essas atividades comerciais representam uma grave ameaça para os povos indígenas e a vida selvagem da região.
DEMORA 10 ANOS `PARA REPRODUZIR

 

“Todos os anos, vemos na região a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a população de botos diminuiu em 7,5% por cento. Isso não é sustentável ”, diz ele.

Segundo Vera, o agravante é que os pescadores preferem os jovens golfinhos-do-rio, que quase nunca atingem a idade reprodutiva. Um golfinho macho leva 10 anos para atingir a idade reprodutiva e a fêmea entre 6 e 7 anos. A gestação leva entre 11 e 13 meses, além disso, a jovem mãe alimenta os pequenos por dois anos.

O abate dos jovens está tendo um enorme impacto sobre as espécies de golfinhos do rio Amazonas, das quais, mesmo com uma proibição, todas as espécies serão exterminadas se o mundo não se unir agora para impor uma completa na Venezuela, Peru, Colômbia e Bolívia. , Guiana, Suriname e Guiné Francesa.

A dieta do rio Amazonas Dolphin consiste principalmente de piracatinga, que é um bagre carnívoro comido pelos habitantes locais e tribos indígenas. No entanto, os seres humanos na Amazônia exigem 4.500 [Boto] para colher todos os anos a piracatinga.

Então, por que esse abate não está sendo visto no mundo ocidental da conservação? Bem, basicamente este método de extração de piracatinga, que é ilegal no Brasil em agosto de 2014, só começou em 2000. Apesar de toda a prática ser 100% [ilegal], os governos e as agências de segurança estão fazendo pouco para impedir isso.

Quando o pescador captura o rio Amazonas O abate do animal morto geralmente é feito lá e então a carcaça não apodrece rapidamente. a carcaça é então colocada em caixas de madeira de que os pescadores usam para capturar o peixe piracatinga.

As caixas de carne Dolphin entalhada dentro da caixa são então abaixadas na água. Os pescadores aguardam e os piracatinga se movem para festejar a carcaça morta de um golfinho em decomposição. De lá suas escolhas fáceis para os pescadores.

Tem sido amplamente divulgado em algumas revistas, artigos e mídias que o Brasil de fato proibiu essa prática que, a partir de julho [2014], eles fizeram. No entanto, esses meios de comunicação e repórteres de imprensa [até os de base científica] podem querer visitar as selvas da Amazônia, das quais esta prática ainda está em andamento e tem sido desde 2000.

Conservacionistas ficaram encantados ao ouvir a proibição anunciada pelo governo do Brasil, que possui a maior parte da Floresta Amazônica. “É a maior proibição de pesca desde 1967, quando as leis originais de proteção da fauna do Brasil foram feitas”, diz Jone César, da Associação Amigos do Peixe-boi, um grupo de conservação sediado em Manaus, Brasil.

Só porque o Brasil proibiu a prática, não significa por um minuto nos rios do Equador ou do Peru, por exemplo, do qual o Rio Dolphin também habita e não é dentro do território brasileiro que os pescadores vão continuar o comércio.

Além disso, até que a proibição brasileira seja [completamente aplicada], é esperado que os pescadores matem mais milhares de Boto’s para armazenar para pesca posterior. Então, é claro, temos caçadores que podem e ainda vão desrespeitar essa proibição e, infelizmente, isso já foi visto.

Estamos agora muitos anos depois e o golfinho da Amazônia parece estar extinto em breve. Os golfinhos do rio Amazonas foram classificados como “em perigo” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) em sua última “Lista Vermelha”, publicada em novembro de 2018.

 

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A perda da selva está alimentando um tsunami de extinções de espécies tropicais. No entanto, nem tudo é condenação e tristeza.

Um novo estudo, realizado na Amazônia brasileira sugere que os desastres ecológicos causados ​​pela fragmentação florestal pode ser revertida por regenerar florestas secundárias, oferecendo um raio de esperança para a biodiversidade das florestas tropicais em todo o mundo.

A equipe internacional de pesquisadores descobriu que espécies fortemente associadas a florestas primárias foram largamente esgotadas após 15 anos de distúrbios provocados pelo homem, incluindo queimadas e desmatamento de florestas. No entanto, 30 anos depois, e com a regeneração do recrescimento secundário, muitas das espécies que haviam deixado a área retornaram.

“Se os períodos de tempo são comparados, é claro que tomar uma visão de longo prazo é essencial para descobrir a complexidade da biodiversidade em paisagens modificadas-humanos”, disse o pesquisador Dr. Christoph Meyer, professor de ecologia e conservação global de a Universidade de Salford.

O estudo mediu os impactos da decomposição florestal de 50 espécies de morcegos (aproximadamente 6.000 animais).

Os morcegos compreendem aproximadamente um quinto de todas as espécies de mamíferos e apresentam grande variação no comportamento alimentar e no uso do habitat, o que os torna um excelente grupo modelo para pesquisa.

“As respostas apresentadas pelos morcegos oferecem informações importantes sobre as respostas de outros grupos taxonômicos”, afirma Ricardo Rocha, principal autor do estudo da Universidade de Lisboa.

“A recuperação que documentamos reflete os padrões observados para as comunidades de besouros e pássaros na Amazônia.

“Estas tendências paralelas reforçam a ideia de que os benefícios da regeneração florestal são generalizados e sugerem que a restauração do habitat pode aliviar alguns dos danos infligidos pelos humanos à fauna tropical”, acrescenta.

Os resultados do estudo atual contrastam com os declínios catastróficos na fauna observados durante um período semelhante de tempo nas comunidades de roedores nas “ilhas florestais” do reservatório de Chiew Larn, na Tailândia.

“A recuperação observada na Amazônia foi devida principalmente à recolonização de áreas anteriormente desmatadas e fragmentos de florestas por morcegos especialistas em idade avançada. Essa recolonização é provavelmente atribuída a uma maior diversidade e abundância de recursos alimentares em áreas hoje ocupadas por florestas secundárias, atendendo às exigências energéticas de um conjunto maior de espécies “, explica Rocha.

No entanto, a natureza de curto prazo da maioria dos estudos prejudicou substancialmente a capacidade dos pesquisadores de captar adequadamente as intrincadas complexidades relacionadas ao tempo associadas aos efeitos da fragmentação florestal na vida selvagem.

O estudo da Amazônia foi realizado no Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, administrado em conjunto pelo Instituto Smithsonian e o Instituto de Pesquisa do Brasil na Amazônia.

 

 

source by: ecoportal.net

Em números, não há dúvida de sucesso. Soja, quase desconhecida há cinco décadas no Brasil,

tornou-se seu principal produto de exportação. Mas seu cultivo enfrenta um desafio crucial, sua

dependência de agrotóxicos por suspeita de causar câncer.
Sem glifosato, um herbicida da Monsanto, os EUA gigante biotecnologia e líder mundial em sementes transgênicas, haverá o plantio de soja, admitiu o ministro brasileiro da Agricultura, Blairo Maggi, cuja família está entre os maiores produtores de petróleo do mundo .
A ameaça foi devido a uma decisão judicial que suspendeu em 3 de agosto de licenças para o uso de

agroquímicos com glifosato, para atrasar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária para conduzir avaliações toxicológicas sobre esses insumos agrícolas.
A incerteza foi esclarecida um mês depois, quando o tribunal de apelação em Brasília revogou a suspensão. O glifosato é o herbicida mais usado é aplicado em mais de 95 por cento das culturas de soja, milho e algodão no Brasil, de acordo com o ministro.

Mas os riscos são globais. Monsanto foi condenado em 10 de agosto por um tribunal na Califórnia, nos Estados Unidos, a pagar uma indemnização de 289 milhões de dólares para Dewaine Johnson, um outfielder escola de San Francisco, que é atribuída ao uso de câncer herbicida glifosato.
“É uma batalha semelhante à do tabaco, que durou décadas, reduzindo o consumo. As empresas usam seu poder econômico para comprar cientistas, pressionar o governo, os reguladores e os media “, resumiu à IPS o biólogo Fernando Carneiro, co-autor do dossiê sobre agroquímicos da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Era importante que a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC em Inglês), a Organização Mundial de Saúde, considere glifosato como “provavelmente cancerígeno para os s

eres humanos” e “provas suficientes” que os danos nos animais, a avaliação de 2015 em cinco agroquímicos, disse ele.
A decisão judicial nos Estados Unidos “abre novas perspectivas” no avanço da luta contra agroquímicos em defesa da saúde pública, reconheceu Carneiro.
“O glifosato é seguro, ele é usado em todo o mundo, existem muitos estudos e nenhum encontrados para causar câncer”, disse Mauricio Buffon, presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) no estado central do Tocantins, uma das áreas da expansão atual do cultivo no país.
“Além disso, as alternativas são muito piores, exigem quantidades maiores e são menos eficientes. Sem mais seguro nos próximos dez anos substitutos é iminente “argumentou, suspeito de” viés ideológico “de reclamações e ações judiciais contra herbicida da Monsanto.
Dois litros de glifosato por hectare são suficientes para proteger as plantações, enquanto outros

herbicidas exigem quatro ou cinco litros por hectare, disse ele.
No caso americano, ganhou o julgamento “um jardineiro, não um agricultor”, sua área de cuidados é

medida em metros quadrados, não hectares, e “possivelmente foi vítima de alta overdose”, acrescentou.
De qualquer forma, a controvérsia não se limita a Johnson, existem milhares de processos judiciais contra a Monsanto nos Estados Unidos.
Além disso, os possíveis efeitos de agroquímicos não se limitam à saúde, também incluem “danos aos ecossistemas, solo e biodiversidade, promover a concentração da propriedade da terra, conta a investigação científica” expandido Carneiro.
Eles estão ligados a um modelo agrícola enfrentando várias resistências, para a saúde, o ambiente, a segurança alimentar, as desigualdades sociais e até mesmo política, para concentrar o poder nas mãos dos grandes fazendeiros, representados no legislativo Congresso Brasileiro pela “ruralista “, Com mais de 200 deputados de um total de 513.
Esse poder ameaça a legislação “que é insuficiente, mas tem pontos positivos para conter abu

sos” no

uso de venenos agrícolas. Que “pode ​​piorar” se a proposta do Ministro Maggi de uma nova lei for aprovada suavizando as regras, disse à IPS o engenheiro agrônomo Flavia Londres, líder da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).
O “veneno pacote”, como eles chamam os ativistas de oposição de usar, os avanços na Câmara dos Deputados com o apoio dos ruralistas e rejeição de órgãos sanitários e controle ambiental, o Ministério Público (promotores), organizações sociais e de saúde público.
Para se opor a esta ofensiva, ambientalistas, Abrasco, o movimento camponês e os investigadores foram mobilizados e propôs uma Política Nacional para a Redução de Agrotóxicos (PNaRA), um

projeto de iniciativa popular apoiada por mais de 1,6 milhão de assinaturas.

É o fortalecimento dos órgãos e padrões de supervisão, retire os subsídios existentes para o uso de produtos fitofarmacêuticos e onerar mais difícil o mais tóxico do que são, reorientar crédito e pesquisa tecnológica, incentivando

 

 

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País lidera estatística compilada por ONG britânica, com 57 mortes de um total de 207 no ano passado. Governo brasileiro contesta os dados

O Brasil foi o país mais letal para ativistas e defensores da terra e do meio ambiente em 2017, denuncia a ONG britânica Global Witness em seu terceiro relatório anual sobre as lutas pelos direitos humanos ligadas aos recursos naturais, que abrange 22 países. O texto, intitulado A Que Custo? e lançado nesta terça-feira, aponta o agronegócio como o setor mais violento, responsável por 46 mortes no período estudado em todo o mundo. Em anos anteriores, mineração desencadeava a maior parte desses conflitos.

Pelo menos 207 líderes indígenas, ativistas comunitários e ecologistas foram assassinados mundo afora por protegerem seus lares e comunidades dos efeitos da mineração, da agricultura em grande escala e de outras atividades que ameaçam sua subsistência e seu modo de vida, indica a ONG.

O Brasil foi o país com o maior número de ativistas ambientais assassinatos: 57, dos quais 80% defendiam os recursos na Amazônia. O Governo brasileiro contesta os dados (veja o box). Entre os países latino-americanos, destaca-se negativamente também a situação na Colômbia, onde houve 24 assassinatos. “No México e Peru os homicídios passaram de 3 para 15 e de 2 para 8, respectivamente”, diz o relatório.

Em 2015, a Global Witness registrou 78 casos de pessoas assassinadas por conflitos fundiários, sendo 66% delas na América Latina. Em 2017, a região continua concentrando quase 60% desses crimes. Chama a atenção também o dado das Filipinas, com 48 homicídios, a cifra mais alta documentada em um país asiático.

“Um fator em comum entre os países com maior número de assassinatos são os altos índices de corrupção governamental. E, embora se pudesse dizer que há menos ataques contra defensores em países mais democráticos, vale a pena examinar o papel dos países investidores que facilitam a entrada de suas empresas em contextos onde opositores e ativistas são atacados. Não há tantos assassinatos no Canadá ou na Espanha, mas esses países têm investimentos relacionados a ataques no exterior”, diz ao EL PAÍS o coordenador de campanhas da Global Witness, Ben Leather.

Alvos da violência

“Uma pessoa defensora da terra ou do meio ambiente é alguém que toma medidas pacíficas, em caráter voluntário ou profissional, para proteger os direitos ambientais ou da terra”, descreve o relatório. Frequentemente são pessoas comuns, “outras são líderes indígenas ou camponeses que vivem em montanhas remotas ou florestas isoladas, que protegem suas terras ancestrais e seus meios de vida tradicionais contra projetos de mineração, do agronegócio em grande escala, das represas de hidrelétricas e de hotéis de luxo. Outros são guardas florestais que perseguem a caça furtiva e o desmatamento ilegal. Também podem ser advogados, jornalistas ou funcionários de ONGs que atuam para expor abusos ambientais e a grilagem de terras”, acrescenta.

Na Colômbia, por exemplo, Hernán Bedoya se manifestava contra plantações de dendê e banana em terras roubadas da sua comunidade quando foi assassinado com 14 disparos de um grupo paramilitar, em dezembro último.

Ramón Bedoya nas terras da sua família (Colômbia).
Ramón Bedoya nas terras da sua família (Colômbia). THOM PIERCE / GLOBAL WITNESS

Das 207 pessoas assassinadas no ano passado, um quarto era de indígenas, em comparação com 40% em 2016. A população indígena representa 5% da população mundial, por isso a ONG destaca que “continuam estando enormemente super-representados entre os defensores assassinados”.

Diferentemente das populações urbanas, que costumam passar de uma casa alugada para outra ou se mudam de bairro sem sentir um deslocamento dramático, a relação com a terra é muito diferente no mundo rural e indígena. Por que é tão indispensável? Uma frase de um pesquisador peruano de literatura andina pode dar uma resposta. “A terra nos orienta, a árvore sabe mais”, afirma o catedrático Mauro Mamani, nascido em Arequipa e que cresceu cultivando um lote arrendado por um latifundiário. “Esse pedaço de terra não se cansava de parir e alimentou toda a família”, relatou numa conferência.

O ano de 2017 não foi só o mais sangrento já registrado em número de homicídios de defensores da terra; foi também o de mais massacres. Em sete casos, mais de quatro pessoas foram assassinadas ao mesmo tempo. “O Brasil foi o cenário de três terríveis massacres nas quais morreram 25 pessoas defensoras da terra. Oito ativistas indígenas foram massacrados nas Filipinas, enquanto no México, Peru e República Democrática do Congo também ocorreram incidentes que resultaram na morte de mais de quatro pessoas ao mesmo tempo”, informa a Global Witness.

Em uma dessas chacinas no Brasil, 20 indígenas gamelas ficaram gravemente feridos depois de um ataque de homens armados com facões e rifles. Alguns deles tiveram as mãos cortadas.

Nas Filipinas, oito membros de uma comunidade que se opunham a uma grande plantação de café da empresa Silvicultural Industries em sua terra foram mortos por militares. A ONG suspeita que essa força armada seja responsável por 56% dos assassinatos de ativistas no país – 67% das mortes ocorreram na ilha de Mindanao, rica em recursos, e 41% estão relacionados ao agronegócio.

“O pano de fundo desse crescente número de vítimas mortais inclui um presidente descaradamente contrário aos direitos humanos, a militarização das comunidades, múltiplos grupos armados e o fato de que os organismos governamentais não oferecem proteção”, lista a ONG.

Como evitar mais agressões?

Diante do aumento da violência, a organização britânica recomenda em quase todos os casos que os Governos fortaleçam as instituições responsáveis por proteger os direitos dos povos indígenas e seu acesso à terra, ofereçam mecanismos de segurança às pessoas ameaçadas e garantam a transparência do Estado, já que a corrupção e a participação de agentes públicos nas mortes estão associadas ao aumento das agressões.

Entretanto, na América Latina a maioria de Governos não tem uma prática de transparência nem dá prioridade ao balanço de suas ações. Apesar disso, Leather salienta algumas iniciativas. “Existem propostas da sociedade civil que os Governos da região devem aplicar. Em Honduras, solicitou-se a criação de uma promotoria especial para crimes contra defensores de direitos humanos. No Brasil, pediu-se a federalização dos assassinatos emblemáticos de pessoas defensoras cujas investigações não avançam em escala local. No México também pedem aos promotores que alterem a metodologia de forma a considerar adequadamente os motivos potenciais, relacionados com o ativismo da vítima”, detalha.

O relatório cita os ineficientes mecanismos de proteção a três líderes mexicanos no último ano. “As comunidades Coloradas de la Virgen e Choreachi, na serra de Tarahumara, se envolveram numa longa disputa jurídica contra a outorga de concessões madeireiras em suas terras ancestrais. Segundo Isela González, diretora da Aliança Sierra Madre, sete membros dessas comunidades foram assassinados entre 2013 e 2016. Nenhum dos assassinos foi levado à Justiça”, afirma.

Em 2014, González começou a ser ameaçada de morte por participar de uma campanha contra as concessões. As autoridades mexicanas lhe entregaram um botão de pânico e lhe ofereceram a possibilidade de solicitar escolta policial, mas em março deste ano a ativista disse à Global Witness que não se sentia protegida.

Para o México, o relatório propõe que o Governo garanta avaliações de impacto social, ambiental e de direitos humanos “antes da outorga de qualquer permissão ou concessão para projetos de desenvolvimento ou de exploração de recursos naturais”, já que a imposição de projetos às comunidades “sem seu consentimento livre, prévio e informado é a causa dos ataques contra as pessoas”.

No Peru, seis agricultores foram assassinados a tiros em setembro após terem as mãos amarradas. O contexto foi uma disputa por terras em Ucayali, uma das duas regiões mais afetadas pela exploração ilegal de madeira e pelo desmatamento para dar lugar a cultivos de palma (dendê).

O mesmo diagnóstico é aplicável ao Peru, onde dezenas de projetos de mineração, infraestrutura e agroindústria foram implantados sem processos de consulta aos povos indígenas, o que seria obrigatório por se tratar de um Estado que desde 1989 é signatário do Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho e aprovou a Lei de Consulta Prévia em 2011.

Desde 2013, o Ministério de Cultura do Peru realizou 41 processos de consulta prévia. A ministra Patricia Balbuena disse ao EL PAÍS que esse organismo está esperando a decisão do Tribunal Constitucional para saber o que fazer com dezenas de projetos energéticos ou de mineração sobre os quais os povos indígenas deixaram de ser consultados entre 1995 e 2012. Duas comunidades da região de Puno (sul do Peru) esperam, desde 2011 e 2014, respectivamente, que o Tribunal Constitucional responda aos pedidos de liminar contra concessões de mineração que o Estado outorgou sem seu conhecimento e que se sobrepõem às suas terras.

O porta-voz de Global Witness também vê “potencial prático nas instituições internacionais independentes, quando sua operação é permitida”, e cita como exemplos a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala e o Grupo Assessor Internacional de Especialistas (GAIPE) que acompanhava a investigação do caso de Berta Cáceres, ativista hondurenha assassinada em 2016 por enfrentar a empreiteira que construía uma hidrelétrica em terras indígenas.

A responsabilidade do setor privado

Além da Silvicultural Industries nas Filipinas, o relatório menciona também a empresa Desarrollo Energético SA em Honduras como empresas privadas ligadas aos assassinatos. “O grau de indício para poder acusar a uma empresa é bastante alto, e já é complicado citar os setores aos quais os defensores assassinados haviam se oposto”, comenta o chefe de campanhas da ONG britânica.

“Entretanto, fica claro que certos setores – e em particular a agricultura em grande escala e a mineração – não estão fazendo o devido processo para prevenir a violência contra os ativistas. Se a Global Witness pode identificar este risco, quem investe nesses setores também poderia e deveria evitar os países mais perigosos para pessoas defensoras até que seus Governos tomem medidas genuínas para abordar as reivindicações das comunidades afetadas”, acrescenta Leather.

“Somos parte da coalizão Defenders in Development, que neste ano vai publicar um relatório demonstrando que muitos defensores de direitos humanos foram agredidos por protestar contra um projeto financiado por bancos de desenvolvimento, entre eles o Banco Mundial, o Banco Holandês de Desenvolvimento e o Banco Interamericano. Até agora nenhum banco de desenvolvimento apresentou uma política específica sobre defensores e defensoras, só o Banco Holandês se comprometeu a fazê-lo”, aponta o ativista.

Uma resolução do Parlamento Europeu aprovada em 3 de julho alerta de que, diante da “febre global pela terra”, a Comissão Europeia deve considerar mecanismos efetivos sobre as obrigações de devido processo das empresas, “para assegurar que os produtos importados não sejam vinculados à grilagem de terras e a graves violações dos direitos dos povos indígenas”.

 

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